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sábado, outubro 21, 2006

Refletindo sobre os textos - PROA 1

O texto: "Para quê? E Por quê?" aborda uma questão de grande polêmica nas redes de ensino, e que há algum tempo, foi foco de discussão em nossa escola: a preocupação dos professores em seguir a grade curricular,(e isto pressupõe dar uma importância exagerada aos conteúdos escolares), alegando a existência de uma cobrança da sociedade, de que os indivíduos devem estar preparados para o mercado de trabalho. De acordo com isto, os professores deveriam trabalhar conteúdos que, supostamente, irão ser cobrados em provas de vestibular, concursos, de seleção de emprego, e outras de mesmo gênero.
Em 2002, contávamos com a presença de uma consultora(de quem não recordo o nome) contratada pela Rede Municipal de Ensino para trabalhar com avaliação do processo de ensino e aprendizagem.
No decorrer das discussões, promovidas pela consultora, surgiu exatamente a questão levantada acima, derivada do questionamento:
-Como e para quê avaliamos nossos alunos?
Desejamos avaliar o que conseguiram memorizar, captar a respeito daquilo que lhes foi transmitido, testar a sua capacidade de responder a perguntas prontas e acabadas?
Ou não? Desejamos avaliar todo o processo de ensino e aprendizagem, a capacidade dos alunos de interpretar o mundo, a maneira pela qual eles formulam perguntas e dão soluções para os problemas, suas potencialidades e dificuldades quanto à busca pelo conhecimento? Para isto, é preciso que avaliemos também, nossa prática pedagógica, no sentido de verificar de que forma poderemos contribuir para a formação de um sujeito crítico, capaz de construir seu próprio conhecimento e utilizá-lo para o desenvolvimento de sua autonomia, e enfrentamento das situações problema do seu cotidiano. Se optamos pela avaliação processual, o porquê de continuarmos a dar tanta relevância aos conteúdos curriculares, tão distantes do interesse dos educandos?
Dentro deste contexto, questionou-se, então, sobre a importância dos conteúdos para os exames do vestibular. O argumento utilizado pela consultora foi, ao meu ver, perfeito.
Pediu que todos observassem nos jornais, principalmente, as provas de vestibular, e constatariam que, atualmente (isto em 2002), quase que todos os exames desta natureza, exigem dos alunos, não mais a memorização de conteúdos, mas a capacidade de interpretação, de raciocínio lógico, algo que, sem dúvida, não se consegue com o sistema de ensino tradicional, focalizado na transmissão do saber.
Lembro-me que manifestei minha opinião, concordando plenamente com a colocação da consultora, e de outros colegas de trabalho, dando exemplo de experiências por mim vividas, com relação a vestibulares e concursos. Eu havia realizado 6 vestibulares (três pela Udesc, e Três pela Ufsc). Assim, tinha idéia clara do que ela estava falando. Percebi que, a cada ano, as provas exigiam mais a capacidade de raciocínio, e envolviam mais questões da realidade atual eglobalizada. Os últimos vestibulares que realizei eram repletos de perguntas da atualidade, que remetiam à reflexão atenta, e ao estabelecimento de relações entre os diferentes argumentos apresentados. Conseguia deduzir as respostas das questões, lançando mão da interpretação crítica . Aliás, com o concurso da Prefeitura Municipal de Ensino, o mesmo ocorreu, tanto que trabalho para a PMF, até hoje.
Neste sentido, os conteúdos devem ser trabalhados, não como um fim em si mesmos, mas sim como instrumentos para atender as necessidades do educando para compreender, interpretar e resolver problemas que fazem parte do seu universo.

Os conhecimentos e as informações se modificam constantemente, ganhando novas facetas, novos olhares, novas dimensões, principalmente se pensarmos em todo material disponível na Internet, e nas ferramentas tecnológicas, que em pouco tempo, se tornam obsoletas. Não faz sentido, pedir a um aluno que decore por exemplo textos da Web, e sim, oferecer instrumentos, para que ele saiba ler, interpretar, e criar novas idéias, a partir da sua leitura. Se ele souber interpretar diferentes modalidades textuais, relacionar e integrar os conhecimentos trabalhados, e principalmente buscar respostas (ainda que temporárias) para suas dúvidas, certamente, terá mais condições de enfrentar o mercado de trabalho, lidar com a realidade circundante, do que aquele que só sabe decorar dados e informações soltas.
Por esta razão, a justificativa utilizada por professores para continuar centralizando conteúdo, não tem mais consistência. Mesmo que os testes de vestibulares cobrassem aquisição de conhecimentos específicos da grade curricular, até quando iríamos trabalhar para uma pequena parcela da população, já que o percentual de alunos que passam neste concurso é mínima? Além disto, concordo com Costa e Madaglena de que não temos garantia de que os conteúdos escolares levam ao sucesso no campo de trabalho.
O professor, não necessariamente, deve propor somente os conteúdos da grade, mas proporcionar ao educando múltiplas e diversas oportunidades de ampliar seu contato com o mundo, possibilitando-lhe o acesso às novas tecnologias da informação, a experiências em laboratórios, a trabalhos de campo, filmes, vídeos, entrevistas, e muitas outras fontes de saber que estarão, sem dúvida, mais próximos de seu interesse.
É preciso, cada vez mais, fazer das instituições de ensino, tanto presenciais quanto à distância, ambientes desafiadores, que levem ao educando questionar os conhecimentos que previamente possui, instigando-o a elaborar perguntas. Somente quando sente dúvidas a respeito de algo, pondo em desequilíbio suas certezas provisórias, é que mergulha num mar de reflexões, na tentativa de equilibrar novamente seus conceitos (equilibração majorante). Neste processo, constrói diretrizes de ação que podem resolver o seu conflito.
Os Projetos de Aprendizagem propõem o rompimento da grade curricular, primam pela interdisciplinaridade, colocam educando como sujeito do seu processo de construção do conhecimento e o educador como mediador deste processo.
Já existem experiências piloto de Projetos de Aprendizagem (EducaDi/CNPq), onde os educandos “não precisavam estudar os mesmos conteúdos ao mesmo tempo,” Os projetos são diferentes e interdisciplinares.
As experiências que vivenciamos nas salas informatizadas do Município de Florianópolis, também, mostram que isto é possível, apesar de não ser fácil.
Existe a resistência por parte de muitos educadores em trabalhar com os interesses individuais ou grupais de seus alunos, pois preferem se ater aos conteúdos curriculares. Porém, os coordenadores de S.I, ao planejarem com estes profissionais, procuram, ao máximo, trabalhar dentro das perspectiva dos alunos, proporcionando contato amplo com informações da Internet e outros recursos tecnológicos, instigando o professor a trabalhar a partir de questões elaboradas pelos alunos, explorar suas curiosidades...
Como foi apontado por Costa e Madglena, o processo de mudança do fazer pedagógico é difícil e não se faz de um momento para outro. Pois apesar de sermos favoráveis a ela, nos deparamos com indivíduos com posicionamentos diferentes dos nossos, voltados a pedagogia tradicional. Não podemos, também impor nossa visão, assumindo-a com a única e certa, devendo respeitar os valores e crenças dos outros, embora, em parte, discordemos deles.
Também não podemos ficar passivos diante da realidade do mundo moderno. Podemos lutar incessantemente pela transformação, e cabe a todos nós, contribuir para ela ocorra, atuando de acordo com nossos ideais de educação crítica e construtiva, discutindo sobre questões que envolvem os processos educativos, divulgando e valorizando os projetos de aprendizagens, avaliando, constantemente, nossa prática pedagógica, participando de cursos de formação continuada para aperfeiçoá-la, e assim colaborar para um ensino de melhor qualidade .


Escrito por Elke



*Esse layout é uma criação exclusiva de Bruno Maximus*