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sexta-feira, abril 06, 2007
O papel do educador na construção do conhecimento da criança
O texto "pra pensarmos" só veio reforçar o que relatei no fórum, acerca das entrevistas. A criança de 3 a 4 anos, do mesmo modo que o adulto, organiza suas idéias conforme suas experiências, ou seja, baseada na realidade que tem a sua disposição. O que difere é a forma pela qual é configurada esta organização. A criança tende a agir e pensar intuitivamente, enquanto que os adultos tendem a agir e pensar cientificamente. O nível de maturação e o pouco tempo de vivência com o mundo social, explicam, em parte, o pensamento egocêntrico e intuitivo das crianças menores Desta maneira, tendem explicar o mundo, de acordo com aquilo que acredita e vê, geralmente tomando a si mesmas, suas experiências pessoais como referência. Há pouco, estas crianças sentiam que eram uma extensão do mundo, tinham dificuldade de diferenciar as partes de seu próprio corpo, tomando-o como um todo indiferenciado, não reconheciam sua própria identidade, que tudo girava em torno de sua vida. Aos poucos, foram construindo a sua auto-imagem, vendo-se como um ser individual, que está no mundo, faz parte dele, mas que se diferencia dele, percebem a existência de outras pessoas, mas concebe que estas pessoas existem porque ela existe, para cuida-la e satisfazer seus desejos. O pensamento egocêntrico é maior e dominante nesta idade de 3 a 4 anos, difícil é para estas crianças pensar se colocar no lugar do outro para analisar a situação e abandonar seus pontos de vistas, pois abandona-los significa renunciar um pouquinho de si mesmas e de sua história de vida. Como acreditar que aquilo que sempre foi certo e aquilo que estava diante de meus olhos não é mais verdade? Na escola, a mudança dos paradigmas se torna difícil, mesmo. As crianças tem idéias pré concebidas sobre várias coisas das quais somente se desfarão, se, por outras experiências vier a desconstruir estas idéias. Dizer para a criança que seu conhecimento está equivocado, apresentando-lhes outras verdades, pouco lhe será significativo. Segundo Piaget, a criança precisa construir seu próprio conhecimento e o fará em situações desafiadoras e desequilibrantes. O papel do educador., desta forma, consiste em criar situações-problema que a façam duvidar de seus paradigmas, e que abram espaço para a análise, revisão e reconstrução de novas idéias.Em resumo seria aproxima-la do conhecimento científico, questionando-a sobre conhecimentos do senso comum. Cada vez mais, a criança precisa lidar com situações difíceis do cotidiano, situações estas da sociedade moderna, que exigem criatividade, criticidade, flexibilidade e autonomia. Impossível prosseguir com uma educação pautada na transmissão de conteúdos curriculares desvinculadas desta realidade. Se queremos trabalhar dentro de uma proposta de educação inclusiva precisamos oportunizar as crianças um espaço inovador, que as possibilitem “construir, criar, inventar, descobrir valores, esquemas cognitivos, afetivos e sociais, etc.” (portal Estadão). Não temos a obrigação e nem o poder de resolver todos os problemas de nossa sociedade, como, a violência, a droga, a delinqüência, a exclusão, a divisão injusta do capital, e entre outros, mas temos a responsabilidade, sim de contribuir para a educação transformadora, proporcionando à criança instrumentos de luta e emancipação, para que possa lidar com as diferentes problemáticas do mundo atual, e ter a chance de transformar sua própria condição, e viver da melhor forma possível.
Elke
Escrito por Elke
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